Chadwick Boseman, we are home

31/08/2020

Receber a notícia da morte de Chadwick B, o ator que interpretou T'Challa, me levou automaticamente à minha primeira sensação de quando assisti Pantera Negra: Pertencer. Não estou falando de um pertencimento no sentido de propriedade, mas sim, de uma crença acolhedora. Eu estava em casa. Em uma das primeiras cenas do filme, esse sentimento se materializou quando ouvi "we are home (estamos em casa)". E assim, escolho acreditar que Chadwick também esteja.

Nunca foi apenas sobre representatividade. Simbolicamente, a morte física do ator nos remete a um dos pontos centrais do filme: a ancestralidade. Seria ela o elo das nossas subjetividades individuais e coletivas?

O que quero dizer dialoga com outra cena do filme. T'Challa, ao discursar na ONU, nos diz que, apesar da segregação, devemos acreditar que existem muito mais coisas que nos conectam do que separam. Isto é, apesar de sermos iguais em sofrimentos, provocados pela segregação racial, estamos conectados por outro elo subjetivo, para além da dor.

Há quem defenda que esse elo é a nossa ancestralidade e nossas lutas em comum. Neste momento, é nisso que eu quero acreditar: há algo a mais que nos une!

Cada qual, dentro da suas crenças, tem atribuído um significado à morte física de Chadwick. Cada qual sabe da importância que a representação do corpo e atuação de Chad gerou em si. Cada qual sabe o significado. Então, é importante não generalizar o sentir do outro.

Respeitemos esse sentir. Respeitemos esse luto. Para que em um segundo momento, ressignifiquemos a própria morte. Nas palavras de @emicida, "Com a garra, razão e frieza, mano. Se a barra é pesada, a certeza é voltar Tipo: Pantera Negra."

Chadwick Boseman, we are home. A morte não é o fim!

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